Quase todo mundo já ouviu falar que corticóides causam imunossupressão, sendo, inclusive, utilizados no tratamento de doenças auto-imunes. Mas como funciona a imunossupressão ativada por corticosteróides?
Primeiramente, é adequado falar que somente glicocorticóides, como a prednisona e a hidrocortisona (cortisol), têm grandes efeitos sobre o sistema imunológico. Os mineralocorticóides estão mais relacionados ao volume de água no sangue e à retenção de sódio pelo organismo, como explicado alguns posts atrás.
Quando utilizamos medicamento corticóide ou quando o corpo secreta um hormônio como o cortisol, este age sobre o sistema imune de diversas maneiras. Uma delas, não tão significativa, é por efeitos citotóxicos. Os glicocorticóides são extremamente citotóxicos para alguns tipos de linfócitos T, o que causa sua morte. Os efeitos imunossupressores, porém, provavelmente vêm muito mais das outras formas com que os hormônios agem: os monócitos e neutrófilos, por exemplo, têm sua quimiotaxia, isto é, a capacidade de "migrar" para as áreas de infecção do organismo, bastante reduzida por glicocorticóides. A capacidade bactericida e fungicida dessas células também é comprometida, embora ainda possam fazer fagocitose.
Dessa forma, podem-se estabelecer no indivíduo sob efeito prolongado de corticóides quadros como a linfopenia, caracterizado pela deficiência imunológica por falta da proteína HLA (pertencente à classe II), ou a neutrofilia, ou seja, o excesso de neutrófilos no sangue, que é possivelmente uma maneira de o organismo "compensar" a falta de atividade dos neutrófilos.
É interessante notar a relação entre certos hábitos comportamentais e alimentares e a imunossupressão. Você já deve ter notado que, em situações de grande estresse prolongado, você se torna mais susceptível a ficar doente. Isso ocorre porque o cortisol é o hormônio do estresse, estando presente no sangue em altas concentrações durante situações de grande tensão. E não é só isso! Lembra-se de quando você ficava doente e não queria almoçar, mas sua mãe sempre te dizia que você precisa comer mesmo sem vontade, pro corpo ficar forte e poder combater a doença? Isso sempre fez sentido, mas por quê? Porque também em situação de jejum, as glândulas adrenais secretam grandes quantidades de cortisol para ativar vias de proteólise e lipólise e, como efeito adverso do hormônio, ocorre a imunossupressão. Se o sistema imune não estiver funcionando direito, o combate à infecção fica mais difícil.
Referências: FERREIRA, Geisiane G. Imunossupressores. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/33925223/imunossupressores. Acesso em 26 de ago. 2010
SAÚDE E VIDA. Linfopenia: Síndrome Linfocitária, Imunodeficiência Grave. Disponível em: http://saude.psicologiananet.com.br/linfopenia-sindrome-linfocitaria-imunodeficiencia-grave-infeccoes-virais-e-bacterianas.html. Acesso em 26 de ago. 2010
Primeiramente, é adequado falar que somente glicocorticóides, como a prednisona e a hidrocortisona (cortisol), têm grandes efeitos sobre o sistema imunológico. Os mineralocorticóides estão mais relacionados ao volume de água no sangue e à retenção de sódio pelo organismo, como explicado alguns posts atrás.
Quando utilizamos medicamento corticóide ou quando o corpo secreta um hormônio como o cortisol, este age sobre o sistema imune de diversas maneiras. Uma delas, não tão significativa, é por efeitos citotóxicos. Os glicocorticóides são extremamente citotóxicos para alguns tipos de linfócitos T, o que causa sua morte. Os efeitos imunossupressores, porém, provavelmente vêm muito mais das outras formas com que os hormônios agem: os monócitos e neutrófilos, por exemplo, têm sua quimiotaxia, isto é, a capacidade de "migrar" para as áreas de infecção do organismo, bastante reduzida por glicocorticóides. A capacidade bactericida e fungicida dessas células também é comprometida, embora ainda possam fazer fagocitose.
Dessa forma, podem-se estabelecer no indivíduo sob efeito prolongado de corticóides quadros como a linfopenia, caracterizado pela deficiência imunológica por falta da proteína HLA (pertencente à classe II), ou a neutrofilia, ou seja, o excesso de neutrófilos no sangue, que é possivelmente uma maneira de o organismo "compensar" a falta de atividade dos neutrófilos.
É interessante notar a relação entre certos hábitos comportamentais e alimentares e a imunossupressão. Você já deve ter notado que, em situações de grande estresse prolongado, você se torna mais susceptível a ficar doente. Isso ocorre porque o cortisol é o hormônio do estresse, estando presente no sangue em altas concentrações durante situações de grande tensão. E não é só isso! Lembra-se de quando você ficava doente e não queria almoçar, mas sua mãe sempre te dizia que você precisa comer mesmo sem vontade, pro corpo ficar forte e poder combater a doença? Isso sempre fez sentido, mas por quê? Porque também em situação de jejum, as glândulas adrenais secretam grandes quantidades de cortisol para ativar vias de proteólise e lipólise e, como efeito adverso do hormônio, ocorre a imunossupressão. Se o sistema imune não estiver funcionando direito, o combate à infecção fica mais difícil.
Referências: FERREIRA, Geisiane G. Imunossupressores. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/33925223/imunossupressores. Acesso em 26 de ago. 2010
SAÚDE E VIDA. Linfopenia: Síndrome Linfocitária, Imunodeficiência Grave. Disponível em: http://saude.psicologiananet.com.br/linfopenia-sindrome-linfocitaria-imunodeficiencia-grave-infeccoes-virais-e-bacterianas.html. Acesso em 26 de ago. 2010
Edson Luiz T. Duarte
Muito bom o texto!
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